Acusado por um colega escritor de farsante e assassino, Barney Panofsky apresenta ao leitor sua versão dos fatos, um corolário de reclamações e meias-verdades, escrito com a verve humorística que marca a obra de Mordecai Richler.Barney Panofsky, o personagem-narrador de "A Versão de Barney", décimo romance do celebrado escritor canadense Mordecai Richler, está possesso - e bêbado, como sempre -, porque seu velho desafeto e ex-amigo, Terry McIver, está para lançar um livro autobiográfico em que lhe faz pesadas acusações. Fervendo em ansiedade e uísque doze anos, entre baforadas num charuto Monte Cristo, Barney liga para o seu advogado e pergunta: "Posso processar por calúnia alguém que me acusou, num texto publicado, de maltratar mulheres, de ser uma fraude intelectual, de produzir literatura barata, de ser um bêbado propenso à violência e provavelmente também assassino?". O advogado, do outro lado da linha, não titubeia na resposta: "Eu diria que ele não está muito longe da verdade".