Ela é Ilka Weissnix, jovem judia que escapou dos campos de concentração de Hitler e que acaba de aportar nos Estados Unidos. Ele é Carter Bayoux e está prestes a se tornar o primeiro americano de Ilka: um jornalista intelectual negro de meia-idade, um homem urbano e sofisticado amante da bebida. Com Meu primeiro americano, Lore Segal, austríaca radicada nos Estados Unidos, compôs um romance inesquecível sobre o affair entre duas pessoas (aparentemente) bem diferentes, cujo resultado levou o New York Times Book Review a afirmar que "Lore Segal foi quem mais perto chegou de escrever o Grande Romance Americano". Publicado inicialmente nos Estados Unidos em 1985, Meu primeiro americano já é considerado pelos críticos literários um clássico contemporâneo. Em breves linhas, o livro gira em torno do processo de "naturalização", centrando-se nas diferenças/similitudes entre pessoas e seus povos. Trata-se, também, da realidade dos judeus e negros na América dos 1950, cujas experiências, nas palavras do próprio protagonista Carter Bayoux, "são como duas linhas paralelas, que correm lado a lado e jamais se encontram, a não ser no infinito". Ao longo da trama, entretanto, Lore Segal nos faz ver que a afirmação não de todo verdadeira, já que a paixão acaba por fazer convergir estas linhas.