Este livro traz uma contribuição inovadora para o cenário da psicologia e da filosofia brasileiras: a reflexão sobre os fundamentos teóricos do cognitivismo. Esse movimento, nascido por um lado de uma rejeição ao behaviorismo, que já na metade do século passado demonstrava sinais de cansaço e por outro de uma recusa da psicanálise, que tendia a se tornar uma escolástica, reafirmou a prioridade da consciência como ponto de partida da investigação psicológica. Finalmente se retomava na psicologia aquilo que seriam seus temas óbvios: a mente e a consciência, por contraposição ao comportamento e o inconsciente, que por tantos anos dominaram o horizonte dos psicólogos. Mas para isto foi preciso que ocorresse uma revolução científica, fora dos domínios da própria psicologia. Uma revolução que teve como ponto de partida o desenvolvimento da cibernética, do computador, da teoria da informação e da neurociência, que se apresentavam agora como as ferramentas que permitiriam, progressivamente, abrirmos a caixa-preta abandonada pela psicologia por décadas. Esta obra nos introduz e vai nos familiarizando com os principais filósofos que refletiram sobre as bases do cognitivismo. Mas, além disso - e essa é sua principal contribuição - traz uma novidade na interpretação histórica da revolução cognitiva. Esta é apresentada como conseqüência e não como causadora do surgimento de uma visão pós-moderna de ciência, iniciada por filósofos posteriores ao positivismo lógico - uma visão do conhecimento sem a qual o cognitivismo não teria se tornado possível e suas premissas jamais seriam aceitas pela comunidade cientifica.