Este livro vai ao cerne de uma das questões mais importantes entre as que emergem atualmente na prática da psicanálise, e do que, consequentemente, mobiliza nossos mais fecundos pensadores: o que se passa com certos pacientes difíceis, pessoas que se mostram vivazes e interessantes, mas que carregam um sofrimento mortal em suas almas, cicatrizes mal fechadas de experiências traumáticas de abuso e de abandono afetivo? Indivíduos que se mostram quase intratáveis, de difícil acesso, refratários aos esforços terapêuticos de compreensão e transformação, mas, paradoxalmente, sempre dispostos a nos entreter e distrair. Como compreendê-los em termos metapsicológicos e psicopatológicos? Como empreender esses tratamentos? Que perspectivas clínicas eles nos abrem e requerem, seja na instalação dos enquadres, seja nas técnicas, manejos e interpretações?