O que esperar de uma época em que grupos sociais determinados (classe e cor) são permanentemente marginalizados, produzindo-se números e estatísticas de desemprego, desigualdade socioeconômica, evasão escolar e de maior vulnerabilidade de determinadas camadas sociais? O que esperar do histórico escravagista e ausência de programas e projetos sociais Pós-abolição? O que esperar do Estado Social frente ao Estado Punitivo, à cultura da insegurança e da violência como objetos de consumo? Foram esses os caminhos percorridos para entender que a delinquência infantoadolescente seja, talvez, o mais desesperado e visceral grito de socorro . Os fatores que levam à delinquência e ao ato infracional passam, necessariamente, por elementos intrínsecos à cultura histórica do país; às desigualdades herdadas e retroalimentadas; ao fortalecimento de um Estado segregador, marginalizador e elitista que acaba por produzir uma classe de pessoas descartáveis economicamente, cujo destino, [...]