Em O Ser e a Vida, Oscar Niemeyer reflete acerca da importância da literatura na formação humana e na construção de um país mais justo. O arquiteto nos fala um pouco de como a leitura foi relevante em sua vida pessoal e profissional, uma vez que proporciona um alargamento de horizontes. Obras clássicas, como as de Lima Barreto, Mário de Andrade, Eça de Queiroz, Machado de Assis e Voltaire, e colegas contemporâneos, como Jorge Amado, "velho e querido camarada", e Graciliano Ramos, companheiro da época de militância no PCB, levaram-no a conhecer diversos problemas e assuntos, mesmo aqueles que já tinham sua atenção. Nas palavras de Niemeyer, a deu "à minha vida um sentido mais amplo, mais modesto, diante deste universo que nos encanta e humilha". Nesse contexto, sua preocupação maior é com os jovens; é para eles que a sua atenção está voltada. "Sem a leitura o jovem sai dos cursos superiores desprovido de conhecimento de vida, deste mundo difícil que vai encontrar pela frente", diz. Para o arquiteto, a leitura deve fazer parte da vida ainda cedo, preenchendo tempo livre. Dessa atenção, nasce o processo que levará à "Escola Oscar Niemeyer de Arquitetura e Humanidade" - comentada no livro -, espaço não só para o estudo da arquitetura, mas para a discussão de temas que contribuam para tornar o homem mais feliz e solidário. A idéia, levada a cabo pela neta Ana Lúcia, provém de uma grande preocupação e desejo de influir na formação da juventude. O "Ser e a Vida" é uma obra bilíngue (português-espanhol), que traz uma carta especialmente enviada por Fidel Castro, citado pelo autor como exemplo heróico para a juventude.