Como se pensar a poesia daquele que afirma: o mundo não se fez para pensarmos nele? O Guardador de Rebanhos, pedra de toque de toda a obra de Fernando Pessoa, é analisado aqui por Rinaldo Gama, com uma abordagem inovadora: distanciando-se da análise do complexo fenômeno da heteronímia, o mestre Alberto Caeiro é considerado enquanto autor individual, em uma abordagem sugerida pelo próprio Pessoa. Surgem assim, com mais clareza, as particularidades de uma obra metalingüística e paradoxal, que usa as palavras para negar a sua função na tentativa pagã de conciliar o homem e o real. Dentro da vasta e riquíssima fortuna crítica de Fernando Pessoa, O Guardador de Signos de Rinaldo Gama, que a Editora Perspectiva lança agora, destaca-se por seu rigor e inovação.