O jornalista Carlos Rogé Ferreira examina algumas relações determinantes existentes entre contradiscursos, um discurso emancipador de esquerda e narrativas literário-jornalísticas classificadas como Novo Jornalismo e romance-reportagem, considerados como paradigmas para os chamados livros-reportagem. Através da análise de obras de autores norte-americanos como Norman Mailer, Tom Wolfe, Gay Talese, e brasileiros como José Louzeiro, Renato Tapajós, Caco Barcellos, entre outros, o autor mostra como literatura e jornalismo são práticas políticas, enfatizando a natureza ideológica da comunicação, da arte e da própria existência do homem. As produções jornalísticas e literárias são entendidas como espaços importantes de descoberta e afirmação dos indivíduos e das coletividades, em um mundo no qual a questão da identidade se coloca de modo premente. O autor procura nesses textos literários e jornalísticos, escritos em épocas e locais distintos, semelhanças quanto à representação dos discursos, recorrendo à vasta bibliografia indicada ao final do livro.