As sete contribuições desta coletânea foram originalmente concebidas no âmbito das atividades do grupo Epos-Genealogias, Subjetivações e Violências, cuja ênfase incide sobre a história das formas de subjetivação. A luz da abordagem transdisciplinar que caracteriza as pesquisas desenvolvidas por seus integrantes, a problematização, a análise e os inúmeros desdobramentos subjetivos e institucionais da violência cotidiana têm sido eixo recorrente de seus debates tanto acadêmicos quanto públicos. O leitor interessado por essa forma de consentimento e dissensão terá a chance, portanto, de avaliar como os autores aqui reunidos abordam o controle do uso de droga pela Justiça e pela psiquiatria, o papel e a atuação da mídia na divulgação de crimes, a lógica atuarial na gestão das classes tidas como perigosas, a pacificação de determinados territórios como forma de combate à violência. a judicialização da morte o espraiamento da insegurança social na contemporaneidade. Trata-se de assuntos que, além de naturalmente polêmicos, têm servido sob o manto da governabilidade, de focos de atuação política com nítidas implicações socioeconômicas, razão pela qual sua observância, no sentido de pôr-se em conformidade com um modelo ou regra, deve ser continuamente questionada.