Naquele dia, o vento soprava muito frio. No polo Sul da Terra, minha casa dos últimos milhares de anos, é assim durante o ano todo. No entanto, percebia que o momento de partir novamente se aproximava, contra a minha vontade: não foi combinado que acordaria tão rápido. De uns tempos pra cá, o calor do Sol é mais frequente, nos esquenta com mais intensidade. Ainda que esteja gelado, está cada vez menos frio. Esse é o início da odisseia de uma molécula d’água. Após despertar de um longo período de congelamento, a narradora descobre como os humanos afetam o clima e o planeta. Depois de passear pela Argentina, em forma de nuvem, e chover no Brasil, ela deseja permanecer no nordeste. É uma ficção, mas não muito distante da realidade. Vem fluir nessa viagem.