Com fim da bipolaridade, o desanuviamento da atmosfera intelectual no âmbito dos estudos sobre a nova Rússia e a antiga União Soviética, além da abertura dos seus arquivos históricos, desvela-se uma realidade complexa e contraditória, irredutível às apropriações mais esquemáticas e unilaterais. Diferentes horizontes interpretativos se abrem para os pesquisadores, possibilitando a renovação das leituras e compreensão do fenômeno soviético e a superação dos limites obsoletos da sovietologia do período da guerra fria. Inserindo-se com competência e desenvoltura neste novo momento, o livro de Diogo Carvalho oferece ao leitor brasileiro os primeiros resultados de uma nova fase dos estudos sobre este objeto, recuperando uma dimensão relevante e pouco conhecida da dinâmica cultural da União Soviética em um momento crucial de sua objetivação histórica.