No princípio da história brasileira, quando o continente americano recém-descoberto era ainda uma vasta e bruta extensão de florestas infindáveis, só habitadas por povos absolutamente selvagens, um navegante europeu aqui naufragou. Recolhendo-se à terra, conseguiu sobreviver entre os índios. Chamava-se ele Hans Staden, figura quase lendária do século XVI. Sua narrativa contém preciosas informações verídicas, dado o seu longo convívio com os Tupinambás, já que o marujo conseguiu que eles não lhe devorassem, além de xilogravuras que devem, sem dúvida, ter sido feitas sob sua orientação. O que viveu e experimentou naquela época de sua vida é o que relata neste livro, que não apresenta apenas uma narrativa de extraordinária aventura, mas se reveste, ao mesmo tempo, da capacidade exata de reviver, com clareza, a aurora de um país que nascia para o mundo.