Uma surpresa a cada esquina do texto. Alem disso, a incorporação da ideia de que a criatividade, a imaginação e a lincença, digamos, poética aguardam o leitor de Geraldino Rosa dos Santos a todo instante, e essas curvas do autor são sempre inesperadas nestes contos reunidos em O chamado. No mais, o tributo que presta aos professores que ajudaram através das oficinas, como Cíntia Moscovich e Luis Augusto Fischer, é um gesto de honestidade intelectual e, na verdade, uma recomendação para os mestres de tão brilhante discípulo. Mas aqui é o espírito crítico agudo do autor que mais nos mantém atentos, tal como em suas experiências anteriores, o romance A Maquiagem e a participação em Apolinário e Esmê. A resposta à pergunta feita por ele com a frase "Como não gostar de Porto Alegre?" está na incrível identificação que ele demonstra com a cidade, com suas vivências e seus habitantes, é claro, retratados com encanto e alguma pitada de saudável loucura, se permitem os psiquiatras ess "dissonância".