Tudo começou com um concurso e seu manifesto, que apregoava aos muitos cantos do México as seguintes normas: Saibam todos: a criança do sexo masculino que nascer precisamente à 0:00 hora do dia 12 de outubro de 1992 e cujo nome de família, sem contar o prenome mais semelhanças tiver com o do Ilustre Navegador será proclamado Filho Pródigo da Pátria, sua educação será provida pela República e dentro de dezoito anos lhe serão entregues as Chaves da República, preâmbulo à sua instalação, ao completar vinte e um anos, como Regente da Nação, com poderes de eleição, sucessão e seleção praticamente ilimitados. Procriem, pois, senhoras e senhores! Seu prazer é seu dever e seu dever é sua liberdade! No México, somos todos livres, e quem não quiser ser livre será castigado! E confiem nos juízes! Alguma vez falhamos com vocês? E assim, em Cristóvão Nonato, Carlos Fuentes, o autor inicia essa tragicômica homenagem/crítica/paródia verdadeiro palimpsesto cultural, com suas inúmeras camadas de significados movediços, pulsantes, em contínuo desdobramento, como o próprio feto que narra a história.