Embora venha acompanhando a luminosa produção plástica de Edith Derdyk desde o princípio vá lá, do final dos anos 80, quem sabe quando certos artistas começam? não havia me advertido que ela havia avançado seus domínios para o território da poesia. Ah, a desatenção contemporânea. Poesia sabia do seu interesse pelo livro, do objeto livro, essa extensão da memória e da imaginação, como defendia Jorge Luis Borges a poeta já havia incorporado há décadas como desdobramento natural de sua produção plástica integral e coerentemente dedicada à linha. Matéria prima preferencial da artista, dos desenhos sobre papel às anexações de espaços arquitetônicos que ela vem realizando, a linha, solitária, ou reunida em feixes densos como os anéis de Saturno, é a grande protagonista de sua obra, responsável por sua singularidade. A relação da linha com cadernos e livros é mais que natural, é óbvia. Já quando crianças fomos aprendendo a domar o desenho das palavras, [...]