A questão europeia não está isenta de controvérsias e o longo processo que culminou naquilo que é hoje a União Europeia também não. E se, como diz o autor, "por circunstâncias políticas, das quais os historiadores nem sempre se conseguem livrar e que muitas vezes condicionam o seu campo de investigação, se filia a génese do processo da organização internacional da Europa nos escombros da II Guerra Mundial", a verdade é que o conceito embrionário do projecto remonta algumas décadas. O processo de reorganização europeia no pós-guerra visou antes de mais recuperar o continente da hecatombe que sobre ele se abatera e por isso optou por ignorar alguns antecedentes e agentes politicamente incómodos do projecto de construção europeia. É essa história que agora se reconstitui, articulando-a com a integração europeia de Portugal: o processo de adesão, os anos que antecederam o alargamento a Leste que viria a alterar drasticamente o equilíbrio da União e, finalmente, as consequências nefastas da crise financeira e da zona euro, que têm vindo a cavar um fosso Norte-Sul.