O autor elegeu Antonius Deneboom como alter-ego: é ele que nos conta a saga da sua família e dos amigos por intermédio de anotações deixadas pelo pai, o introvertido e sensível médico Peter Deneboom, imigrante holandês que chegou a Pernambuco (terra de Menezes) no século 17 para lá iniciar nova etapa de vida. Em nenhum momento, o tecido da narrativa se esgarça ou descamba para os maçantes clichês da pirotecnia verbal: é seca sem ser áspera, e colorida sem ser tributária de descrições apelativas. Espera é certamente o tema deste relato. Normalmente esperar tem que ver com desejos, necessidades, interesse de alcançar alguma coisa. Mas há uma forma de esperar diferente; não se sabe a razão da espera. Essa forma de esperar está associada à natureza humana, que não se pode compreender apenas olhando o homem. Os fatos não têm a menor importância. São apenas referências para a imaginação. As razões convincentes não saem do coração, que não precisa das razões convincentes da inteligência. A inteligência nos faz obedecer. Só a desobediência provocada pelo coração nos dá a direção do destino.Espera é certamente o tema deste relato. Normalmente esperar tem que ver com desejos, necessidades, interesse de alcançar alguma coisa. Mas há uma forma de esperar diferente; não se sabe a razão da espera. Essa forma de esperar está associada à natureza humana, que não se pode compreender apenas olhando o homem. Os fatos não têm a menor importância. São apenas referências para a imaginação. As razões convincentes não saem do coração, que não precisa das razões convincentes da inteligência. A inteligência nos faz obedecer. Só a desobediência provocada pelo coração nos dá a direção do destino.