Entre o destino e o caráter, lançamento da Biblioteca Azul é a obra que consolida os caminhos da narrativa de Javier Cercas Tomás, um professor de literatura, reencontra uma antiga paixão de sua adolescência, Claudia, e acaba traindo sua esposa. No entanto, o desaparecimento da amante dá início a um turbilhão de eventos que muda os rumos de sua vida relativamente tranquila. O ventre da baleia, romance do premiado escritor espanhol Javier Cercas, volta às livrarias em uma nova edição da Biblioteca Azul. Publicado pela primeira vez em 1997, o livro não segue a linha dos grandes relatos com pano de fundo histórico, como Soldados de Salamina, Anatomia de um instante, A velocidade da luz e, recentemente, As leis da fronteira, mas apresenta ao leitor as fundações da narrativa de Cercas. O livro é narrado por Tomás, que ao procurar por Claudia tem não apenas seu relacionamento, mas sua rotina modificada e confrontará destino e caráter, numa tentativa de dar novamente sentido à sua vida. Verdades e mentiras, realidades e ficções se misturam para contar uma história em que os personagens são triviais e imperfeitos e, por isso, extremamente humanos. Segundo o jornalista Nei Duclós, Javier Cercas é um artista dessa espécie que deveria ser mais numerosa, mas que é escassa, já que só o talento não basta, é preciso transformá-lo em algo superior. (...) Ele faz isso em todos os seus trabalhos, mas em O ventre da baleia, se supera: o domínio pleno do ofício, aliado a uma autoconsciência (do ato de escrever) impiedosa e reveladora, nos joga fora do aquário (ou do ventre da baleia) complacente dos hábitos de leitura que ainda nos mantêm presos a uma ultrapassada imaginação narrativa.