Este livro trata da circulação de pessoas, objetos e saberes entre a América Portuguesa e os Países Baixos, e da construção de saberes sobre o Novo Mundo durante o século XVII. Especificamente, enfoca o gabinete de curiosidades do conde João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679), governador do Brasil Holandês entre 1637 e 1644. Nesse período, Nassau montou uma coleção particular que incluía espécies naturais, artefatos e representações visuais da colônia. A partir da análise desses objetos que atualmente estão em museus e bibliotecas europeias, bem como do material textual do período, este livro retraça a trajetória da coleção de Nassau desde sua formação no Brasil até sua dispersão na Europa. Propõe-se aqui uma interpretação dos usos e sentidos da coleção no contexto da política e da diplomacia colonial no Atlântico do século XVII, identificando a natureza dinâmica da construção dos saberes coloniais, compostos por camadas de experiências dos mais diversos sujeitos.