"Os ‘adolescentes infratores’, produtos da moda-mídia, acabam sendo os ‘bodes expiatórios’ de uma sociedade higienista que pretende aniquilar, como puder, os diferentes. Longe de se pretender acolher a violência como banal, é preciso se dar conta de que ela é constitutiva (Freud), e que a resposta, cada vez mais violenta, em vez de construir laço social, o torna mais frouxo e violento. Os dados e condicionantes trazidos pela pesquisa, desde a escolaridade até a drogadição, desnudam a visão ‘burguesa’ padrão, a qual parte de um modelo de adolescente imaginário, incompatível com a realidade apontada. (...) Fico, assim, tentado a dizer que este trabalho indica alguns dos caminhos pelos quais se pode entender um tipo de fascinação ambígua, misto de atração, prazer e horror que, em alguns lugares de nossa sociedade - fale-se baixinho -, deseja que os adolescentes pobres, sujos e feios, simplesmente desapareçam... Por isto, estão de parabéns a autora e a Editora Lumen Juris, responsável pela formação de um estatuto teórico consistente na área de crítica ao sistema de controle social." - Alexandre Morais da Rosa