Para o autor de Filosofar e Educar 2, é preciso que cada um interessado em filosofar tenha presente o significado efetivo, em suas vidas, do modelo disciplinar vigente e praticado diariamente em nossas atividades docentes. Assim, em primeiro lugar é preciso que cada um, por sua conta, reconheça sua própria prática docente marcada pela fragmentação característica do modo de produção da civilização moderna e contemporânea. A questão aqui não é individual, e sim conjuntural (coletiva) e histórica. Deste modo, o autor afirma que o foco é a criação de um educar filosófico, e, portanto, não é a deficiência do professor ou do estudante isolado o que importa relevar, e sim a realidade total na qual todos os humanos estão inseridos e são, querendo ou não, participantes das histórias do mundo, seja como opressores e/ou oprimidos, seja como meio dialógico de reunião dos opostos e mediador de conflitos para uma Cultura da Paz: o cuidado triético/triecológico como horizonte de ação do educar transdisciplinar, para o qual o filosofar é o educar (trans)formativo. A obra está repleta de questões interrogantes abertas, o que releva a sua natureza investigativa radical e, por isso mesmo, a sua originalidade e atualidade. Para o autor, as questões que atravessam a obra são uma tentativa de provocar para uma possibilidade de investigação das condições gerais e efetivas do trabalho docente capaz de realizar o aprender a aprender a ser-sendo. Capaz, portanto, de realizar uma educação transdisciplinar. E isto implica em uma mudança radical de atitude em relação à vida e ao trabalho pedagógico. Para o autor, é preciso que quem quer aprender se encontre disposto a aprender a aprender a ser-sendo. Toda a obra é um desafio para o aprender a pensar e ser de modo próprio e apropriado.