No silêncio da madrugada, um grito selvagem subitamente ecoa pelos corredores desertos de um hospital, onde imediatamente se instala um grande tumulto. Correria, vozes alteradas, imprecações, pavor, ódio, medo e insegurança logo tomam conta do ambiente. Este é o terrível drama da insanidade mental. Analisado aqui, sob a ótica espiritual, vamos encontrar a personagem Lorraine sofrendo um pungente resgate cármico. Sua trajetória é sofrida, dolorosa, e reflete o mesmo drama vivido por muitas pessoas. Enclausurada em si mesma e ligada a poderosas raízes maléficas, cuja origem está em um passado sombrio, inconsequente e delituoso, ela foi diagnosticada pela Medicina convencional como sendo uma paciente psicótica. A enfermidade insidiosa que desencadeou todo esse processo, conduzindo-a gradativamente ao desespero e à loucura, é considerada incurável. Lorraine deixou de viver uma vida comum: a saudável existência familiar e profissional foi totalmente destruída; ela está condenada a um mundo caótico, alienante, e sem quaisquer esperanças. Mas quando tudo parecia irremediavelmente perdido, e o desânimo já havia se instalado em todos aqueles que a amavam, uma intervenção magnânima do Alto entra em ação, delimitando nos anais do tempo o término desse resgate. Atuando no destino de Lorraine, no momento preciso, a Lei Maior a liberta de todas as dores e sofrimentos, facultando-lhe a completa assimilação da experiência espiritual salutar e fecunda. Então, descortina-se para ela um novo porvir espiritual. O percurso dessa inapelável e dolorosa expiação, bem como o seu difícil mas triunfante final, com toda certeza, irá emocionar o leitor, fazendo-o refletir profundamente sobre a inesquecível máxima de nosso Nazareno Mestre: A semeadura é livre, porém a colheita é obrigatória.