Inseridas na tradição da literatura de horror, as histórias reunidas em Três terrores, de Leo Cunha, envolvem o leitor em uma atmosfera de mistério, apreensão e medo. A obra oferece duas adaptações de clássicos da literatura universal, Drácula, de Bram Stoker, e O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson, tornando tais narrativas mais acessíveis ao público juvenil. Além dessas histórias, bastante difundidas em outras linguagens e já presentes em nosso imaginário, o volume conta com a inédita O morto-vivo da colina verde, de Leo Cunha, que contrabalança, com uma narração bem-humorada, o possível pavor gerado por personagens tradicionalmente muito assustadoras. Drácula, o mais famoso vampiro de todos os tempos, deixa seu tenebroso castelo na Transilvânia e viaja para Londres, levando consigo as marcas do horror de sua sobrenatural existência. Porém, a esperança de banir o mal que ameaça todos reside no professor Van Helsing, personagem imortalizado também pelo cinema como o grande oponente da assustadora criatura das trevas. Em O médico e o monstro, o virtuoso dr. Jekyll, por meio de uma poção produzida em laboratório, libera seu lado maligno na figura do repugnante Hyde, homem sem escrúpulos, violento e assassino cruel. A discussão sobre a dualidade do ser humano é aqui corporificada pela separação de uma só pessoa em duas, indicando a oposição entre o bem e o mal. Já na bem-humorada O morto-vivo da colina verde, o estranho caso de Zequinha, homem que morre e desmorre, chama a atenção de um trio de adolescentes que decide desvendar o mistério. Em sua investigação, os garotos precisam visitar um cemitério e uma bruxa de verdade, detentora da poção da vida eterna. Mas, como não se vive apenas de sustos, o amor tem seu lugar marcado nessa narrativa. Três histórias escritas em uma linguagem fluente, adequada a cada situação narrativa, que, além de propiciar ao leitor juvenil momentos de grande emoção, favorecem a reflexão sobre questões que instigam o ser humano.