Os versos de Letícia Simões forjam confissões, atropelam silêncios, tecem palavras sem nome em tinta bege, deixam no papel um rastro de vermelho - de azul intenso, letal. Roubando frases de amigos e ilustres íntimos como Lou Reed, Kerouac e Ana C., Letícia desloca e reescreve o alheio, num movimento simultaneamente delicado e intenso que marca sua escrita. Dos meninos de Salvador às rosas do Jardim Botânico e às luzes do Dona Marta, a escrita de Letícia recorta paisagens urbanas, afetivas - imagens que se movem num ritmo próprio,num plano-sequência íntimo, autorreflexivo, original.