“Espatifado este mundo é inteiro” É assim que Luisa Micheletti apresenta esta galáxia que nos sacode por dentro. Do outro alcançado faz-se o todo, e nós ficamos a descoberto na órbita desta poesia cuja força é telúrica. Neste livro, a ironia das imagens gera um desconcerto que faz avançar, e dá vontade de ler em voz alta quem ouve chorar baixo e escreve rasgando o nada que nos completa. Aqui encontramos dias iguais e diferentes dos que vemos passar – “dias iguais a formigas” – que resis- tem numa lucidez inquietante. A quebra das ilusões aporta um generoso quotidiano transformado, qual labirinto no oceano onde também chove dentro. Luisa Micheletti observa com aguda sensibilidade as falhas remendadas que impedem a luz de entrar – e reclama, questiona e agita o horror do mundo perfeito. Sorte a nossa que ela prefira a beleza imperfeita do mundo e tenha parado para ver, escrever e publicar essa poesia de desbloqueio que desenha uma coreografia audaz e perversamente meticulosa. “Espatifado este mundo é inteiro” É assim que Luisa Micheletti apresenta esta galáxia que nos sacode por dentro. Do outro alcançado faz-se o todo, e nós ficamos a descoberto na órbita desta poesia cuja força é telúrica. Neste livro, a ironia das imagens gera um desconcerto que faz avançar, e dá vontade de ler em voz alta quem ouve chorar baixo e escreve rasgando o nada que nos completa. Aqui encontramos dias iguais e diferentes dos que vemos passar – “dias iguais a formigas” – que resis- tem numa lucidez inquietante. A quebra das ilusões aporta um generoso quotidiano transformado, qual labirinto no oceano onde também chove dentro. Luisa Micheletti observa com aguda sensibilidade as falhas remendadas que impedem a luz de entrar – e reclama, questiona e agita o horror do mundo perfeito. Sorte a nossa que ela prefira a beleza imperfeita do mundo e tenha parado para ver, escrever e publicar essa poesia de desbloqueio que desenha uma coreografia audaz e perversamente meticulosa. Marta Chaves