O universo feminino está presente em cada linha, em temas que se integram a formas irradiadas de fragmentos da intimidade: gestos, olhares, recantos, momentos de um cotidiano comum, mas ao mesmo tempo de intensa subjetividade. Há uma espécie de busca incessante na qual a sensualidade é a essência da existência nos limites do tempo e da memória. A sensibilidade poética e artística de Bia de Mello leva a cada virar de página a sensações cujas cores criam nuances de um espaço limite entre o corpo e a alma. As palavras tornam-se um meio prodigioso de a poetisa e artista plástica direcionar a ânsia de produzir o belo inerente a quem sabe lidar com a caneta e os pincéis. Um bom livro é sempre uma dádiva que permite ao leitor ler e reler infinitas vezes; é assim que vejo Seio Azul feito para ser carinhosamente guardado, ou melhor, para ser colocado em um lugar fixado na mente e, portanto, ao alcance da mão a qualquer momento.