A vida em seus métodos diz calma já dizia o cancioneiro pernambucano, e é com essa premissa que Victor Pimentel escolhe inaugurar seu primeiro poema em Jabuticaba. A partir desse momento, o autor nos convida a nos atentar às marcas de seu metrônomo, a contabilizar um tempo pertencente aos poetas, que conseguem atingir a proeza de chegar na beira de deus, pelo olhar. Assim, Victor por não conseguir deixar de ser Victor, funde-se às formigas detentoras dos mistérios do mundo animal -, para contemplar o tempo das plantas, e o cotidiano dos formigueiros. Dos caramujos gelatinosos até uma sobremesa pelas beiradas, passando pelos olhos que se beijam e pelas luas no interior de jabuticabas, Victor esmiúça o horizonte dos nossos minutos. Como quem espera sua canção favorita passar na rádio, enquanto observa as costas dos prédios se bronzeando, e entende que a calma das coisas vivendo em seu tempo, e´ a chave do próprio tempo. Ao entrar em contato com Jabuticaba, fui atingida por uma(...)