A lenda do boto é das mais conhecidas do imaginário do povo do norte do Brasil, especialmente da região amazônica. Nas primeiras horas das noites claras, o boto, o golfinho brasileiro, sai das águas e se transforma em um belo rapaz, alto, forte, perfumado, bronzeado e vestido de branco, que seduz as moças das vilas ribeirinhas. Muito animado e hábil, o boto entra nos bailes, dança com as moças e seduz a mais bonita. Quando chega a madrugada, ele desaparece misteriosamente, assume a sua forma natural e mergulha de volta para o mundo aquático. Dizem que, enquanto assume a forma humana, o boto conserva sempre um chapéu para que não se veja o orifício em sua cabeça, comum aos botos. Na mitologia europeia também é comum a presença de entes aquáticos sedutores. É atribuída ao boto a paternidade dos filhos sem pais.