Este livro, como seu título anuncia, investe na originalidade e diferenciação para reinterpretar a obra de Machado de Assis. Conhecedora da ampla, rica e variada tradição da crítica machadiana, desde os contemporâneos do grande escritor até a nossa atualidade, a autora percorre os grandes temas, assuntos e problemas postos e em andamento para reler e não poucas vezes desler o que veio, de longe ou de mais perto, e anda por aí.Por exemplo: recuperar uma arte poética formulada por Machado em diversos textos críticos (sobre literatura, teatro etc.) e conferir, a partir daí, o que ele fez e ultrapassou seu meio e seu tempo. Nesse espectro, pelo menos dois grandes movimentos de revisão estão em cena: a) seria Machado, Segundo quais critérios ou categorias estéticas de realismo seria possível afirmar um “realismo” machadiano, mesmo “mitigado”? b) o que comprovaria uma espécie de “verdade assentada”, quase um chavão ou estereótipo crítico, segundo o qual Machado é um pessimista? Não estaria aí embutida na repetição cansativa e sem melhor análise uma mera falácia crítica, cujo exame detalhado desmente?Finalmente, no quinto capítulo é retomada uma renovada reavaliação da poesia de Machado de Assis, seus diversos e contraditórios processos, o lírico, o elegíaco, o indianista, o histórico, o paródico etc. e, ainda, o lugar da poesia machadiana em nossos tempos atuais.