A Revolução Espanhola foi uma das cruentas guerras civis deste século. Durou três anos, constituindo-se em um verdadeiro prólogo à Segunda Guerra Mundial. De outra parte, porém, justamente no contexto de uma Espanha entregue a uma luta sem quartel entre republicanos fascistas, o movimento operário e camponês adquiriu forças e condições suficientes para querer implantar uma nova ordem econômica, social e política, como era a sua aspiração, chocando-se, nesse caminho, com as direções tradicionais de partidos e sindicatos tidos por seus representantes. O estudo de Pierre Broué põe em relevo as refrações desse choque no âmbito republicano. Por que a reação armada pôde ter a iniciativa? Por que as organizações de trabalhadores do campo e da cidade não lograram realizar em combate a unidade que constituía o anseio de todos aqueles que nelas depositavam a sua confiança? Seria possível conduzir ao mesmo tempo a guerra e a revolução? Quando Hitler e Mussolini falavam como senhores da Espanha de Franco, que papel desempenhava Stalin na Espanha dos republicanos? É o velho debate entre autoritários e antiautoritários na prova de fogo (...) que aqui se examina á luz da história da Revolução Espanhola.