Em CANTO ENFORCADO EM VENTO, o novo livro de Rodrigo Tadeu Gonçalves, o fio da faca explode em mil lacerações\/ propõe agudez, como o autor revela em seus poemas, lâminas\/ metafísicas que buscam corporeidade e carne. São poemas que reinventam línguas. Não línguas como a licença que aos poetas é dada como natural mas, a palavra reinventada enquanto natureza viva em um cosmos que ele chama de LIVRO, porque torce o que antes era só potência\/ e gera a nova vida do infinito. CANTO ENFORCADO EM VENTO é a liberdade do sopro dessas invenções que sabem à vida e ao movimento do ar como respirações contínuas, à maneira de monólogo silencioso\/ Expandindo a calma. [Inesperar Deschover. Incriar. Apavoros]. Em alguns momentos os poemas elaboram, portanto, essas invenções que provocam os sentidos da sintaxe cotidiana para propor a implosão da infinitude: simplifica tua linguagem\/ a faca não é mais a metafísica\/ a carne que ela corta \/sabe que é mortal.