Uma das dificuldades enfrentadas pelos profissionais peritos, seguradoras, advogados e juízes é a ausência de uma metodologia pericial uniformizada, que transmita informações de forma clara e objetiva. Este trabalho se propõe a esboçar a consolidação de conceitos doutrinários fundamentais na avaliação do dano corporal pós-traumático, adaptados à legislação e à realidade brasileiras. Pretende, também, contribuir para a reflexão sobre a importância da harmonização metodológica dessas avaliações periciais. É um esforço voltado para alcançar critérios objetivos, com o propósito de fugir dos entendimentos marcadamente subjetivos presentes em muitas avaliações periciais, mormente pela ausência de uma tabela oficial brasileira direcionada para as reparações dos danos, tanto no campo civil quanto na perspectiva trabalhista. Para o desempenho da atividade pericial não basta ser um bom clínico ou especialista em determinada área médica ou odontológica. São também necessárias adequada formação teórica, vivência na prática pericial, contínua atualização e noções básicas da ciência jurídica na área da prova pericial. Trata-se de um primeiro esforço para lançar luzes nesse tema tão aflitivo, responsável por intensas divergências entre os profissionais que atuam na área.