Boladão, Vitor Motta, foi escrito durante a reclusão pandêmica, no cata-cavaco emocional que o período trouxe. Cai, levanta. Altos e baixos. Sobretudo muita indignação emergiu desses tempos. E tornou-se poesia. Os poemas refletem sobre fatos que tocaram profundamente autor e sociedade, como o engenheiro civil formado melhor que você, as trapalhadas e crimes de um certo falso Messias e o distópico estupro culposo. Há poemas com métrica, sem métrica, verbo-visuais, ora irônicos, bem-humorados, ora bolados, carregados mesmo de ódio. Sim, a esperança também se vislumbra em pontos estratégicos. Por fim, Boladão apresenta uma poesia honesta, arrebatada, obcecada. Desejo que o leitor se identifique e lembre-se de que a literatura sempre vale à pena e que os canalhas contra os quais essa obra surgiu odeiam poesia.