OS VIVENTES Carlos Nejar OS VIVENTES pode ser comparado a uma Comédia Humana em miniatura. Para contar em versos a análise do ser humano nas tarefas mais singelas do espírito e as histórias dos grandes mitos, Nejar adicionou aos 66 personagens que povoaram a primeira edição (1979) mais 113, em verdadeira profusão poética. São carteiros, pintores, escritores, médicos, vultos da infância, músicos, lavradores, construtores, animais, além de figuras clássicas como os bufões de Velásquez, insanos de Goya, Eva, Adão, Ulisses, Moisés, entre outros. O poeta Carlos Nejar levou vinte anos para ampliar a obra e anexar novos territórios à palavra. As personagens não são apresentados como objetos de uma admiração passiva. Eles são co-criadores e os protagonistas de uma saga. Mitos como Narciso, Sísifo, Tântalo e Caronte reescrevem suas histórias com o fôlego da contemporaneidade. Não há como saber se Nejar sonhou com "os viventes" ou se foram "os viventes" que o sonharam. O que se tem certeza é que, satíricos ou líricos, épicos ou dramáticos, sábios ou experientes, todos que por falta de tempo calaram tomam o tempo e ressurgem plenos de sentido nesta "alma geral" que reside em OS VIVENTES.