Um mago é um homem representando um mágico / Para infiéis que roem venerandas unhas / Pelo viço dos vícios nesta tenda de ondas / Belos templos que te convocam, Raul de Xangô / Pelas tentações fulgurantes desta arca de ouro / E tuas crianças viram a barca do céu cair no mar / Ela sombra deste marinheiro nas noites mais diáfanas / Pelo beija-flor que vazou o teu terceiro olho / Pelas idas e vindas das zonas do mar de versos / Pelas notas mais antigas da única música primordial / Espasmos, aspersões, fados, ritos, dados, búzios / Era preciso que um desses poetas / Errantes, transados, fremíticos / Jogasse sobre a pedra / Das pedras das dores, das cores solenes das / Flores acesas no por acaso terreiro / Pelo nome deste arquétipo de Xangô.