O ingresso dos fatos estéticos no domínio da análise semiótica vem exigindo da teoria uma progressiva revisão conceitual. As oposições exclusivas, os esquemas canônicos de geração e transformação do discurso e todos os dispositivos gramaticais, muitas vezes suficientes para a descrição das manifestações linguísticas, revelam-se pouco adequados ou mesmo inoperantes quando os sentidos e as emoções em jogo são provenientes de um filme, de uma peça teatral ou de uma canção popular. Há que se encontrar meios de abordar também as sensações contínuas, as relações participativas e as energias envolvidas em todos os fatos produzidos e interpretados pelo homem. Os ensaios que compõem este volume, agora em sua 2ª edição, versam sobre a atual revisão já iniciada nos últimos trabalhos de A. J. Greimas do modelo semiótico e procuram mostrar que tais iniciativas de dinamização da teoria encontram na música um campo especialmente fecundo para a reflexão.