Martiniano J. Silva, baiano de nascimento, goiano por escolha e adoção, é um dos intelectuais mais produtivos de Goiás. Desde os tempos de estudante de Direito encontrou o caminho da literatura - vindo depois a historiografia e o ensaísmo, focado em diversos aspectos da vida brasileira, a se constituirem motivo de sua constante produção, seja na produção de livros, seja em artigos para jornais e revistas. Um batalhador, enfim. Renomado advogado com banca instalada em Mineiros, autor inclusive de obra na qual reflete como Diretor e Literatura coexistem e convivem em harmonia (Advocacia: engenho e arte, 1999), comseriedade e competência no dominio dessas duas áreas. A historiografia e o ensaísmo ligados à questão do negro são a substância da sua produção intelectual. Dai por que, em atitude que a muitos parece quixotesca - enfrentando os 400 quilômetros que separam Mineiros de Goiânia, durante muitos meses seguidos, dirigindo seu veículo -, aventurou-se a fazer Mestradoem História, na UFG. Na minha opinião, e no conceito de muitos, Martiniano não precisava tornar-se mestre em História para provar sua competência como historiador. Suas obras publicadas até então, tidas como assenciais e de leitura obrigatória, o dispensariam do sacrifício autoinfligido - que ele encarou com alegria e humildade, reconhecidas por seus colegas e orientadores, saindo da empreitada com a aprovação, recebendo nota dez da banca julgadora. Sua dissertação de Mestrado foi em livro com o título Quilombos do Brasil Central: violência a resistência escrava (2008), já em 2ª edição. Enquanto Racismo à Brasileira: raízes históricas já está na 4ª edição, publicado por editora de renome, com distribuição nacional.