Com “A laranjeira”, Carlos Fuentes fecha o ciclo narrativo por ele denominado “A idade do tempo”. E encerra-o de forma magistral. O livro compõe-se de cinco novelas curtas e interligadas, em que ele joga com diversos mitos – o conquistador conquistado, a atemporalidade da história — e recorre aos temas típicos de sua literatura ímpar. A árvore da laranja é, portanto, não apenas o fio condutor das novelas mas também uma síntese da obra do autor. Fuentes justifica a escolha da laranjeira como tema: “É quase o protótipo de uma imagem do mundo espanhol. As laranjas e a Espanha caminham juntas. A fruta veio da Índia para a Espanha, e então Cortez a trouxe para o Novo Mundo. Daí seguiu para a Califórnia e Flórida iniciando toda uma indústria. É uma árvore migratória, uma testemunha natural da História.”