Este livro procura fazer uma análise dos motivos e das ações de intolerância fundamentados no discurso religioso, contrapondo com os documentos relacionados aos Direitos Humanos. A busca pelo sagrado é inerente ao ser humano. Nesta busca, a divindade pode ser compreendida e interpretada das mais diferentes formas. Na multiplicidade de expressões religiosas, sejam estas mais ou menos introspectivas, cada grupo afirma a sua verdade acerca do conhecimento divino. Nas três grandes religiões proféticas (judaísmo, cristianismo e islamismo) há uma divindade comum, representada por nomes diferentes. Apesar da gênese comum, a afirmação da universalidade e da verdade revelada de cada uma destas religiões sempre como o princípio, meio e fim de salvação provocam sentimentos de intolerância entre estas e contra outros grupos que expressam sua espiritualidade de forma diferente. A moral proclamada por estas religiões também determina uma visão de mundo, geralmente preconceituosa e pragmática que pode conduzir a um sentimento de intolerância que atinge a mulher, os grupos homossexuais, os adeptos de religiões de origem africana, etc. O histórico de colonização do Brasil também nos mostra um retrato de intolerância e de dominação, com justificativa religiosa cujas opções são ou a conversão ou a morte. O texto traz um mapeamento de intolerância a partir de reflexões sobre o tema, reportagens e a partir de um histórico dos conflitos religiosos no Brasil.