"Jelson pratica uma rara poesia. Uma arte da palavra que em alguns momentos lembra Neruda e, em outros, parece querer ir além dele. Uma poesia arqueológica, no melhor sentido que deva possuir esta palavra hoje em dia usada para muitos fins. A poesia De Jelson tem o ardor de uma épica escrita sobre imagens e argumentos da memória metafórica, armada e amorosa das pessoas e dos povos de quem quer ser uma testemunha. Mas eis uma poesia que não se limita a render um tributo fácil á natureza que seguidamente convoca a seus poemas, aos povos de cujas tradições ancestrais sonha ser uma cronista, e também às pessoas a quem se refere. Jelson voa mais alto, ou escava sempre mais a fundo. E a poesia deste arqueólogo de imagens via em busca do substrato mais profundo e mais assumidamente misterioso das coisas que ele fala. O que ele pratica como poesia é semelhante ao oficio de um aprender pouco a pouco e alo longo de muitos árduos anos, a falar com perfeição a língua da cultura de um outro, um povo ou o ser da natureza, para depois escrever sobre ele em sua própria língua de origem."