A publicação em português da História Geral das Civilizações merece ser assinalada com uma pedra branca.Carecíamos de uma obra que abrangesse o conjunto das civilizaçoes que se sucederam sobre a Terra mas não encarasse de um ponto de vista exclusivamente político os acontecimentos da história.Um estudo que em vez de se atardar na descrição das guerras atentasse em particular para o desenvolvimento das culturas;que acentuasse juntamente com as formas econômicas e sociais assumidas pelas diversas civilizações as tendências filosóficas religiosas e técnicas de cada uma.Uma obra que se destinasse menos aos especialistas do que ao público mais amplo dos homens cultos e desejosos de entender certos aspectos do passado;um texto que sem constituir um simples comentário de ordem literária fosse contudo dde leitura agradável. A História Geral das Civilizações é exatamente a obra que se aguardava.Apresentando-a diz Maurice Crouzet tratar-se de ´um esforço para ressaltar os traços característicos da civilização e estabelecer o balanço´ da contribuição de cada uma para o capital da humanidade. Com esse objetivo necessário se faz abandonar a velha concepção européia de civilização como um estado de coisas ideal de que gozara apenas o Ocidente e ao qual deveriam atingir as demais regiões do mundo dentro de um período mais ou menos longo e sob a tutela das nações mais ´progressistas´.A concepção adotada foi a antropologia e etnologia de um conjunto de idéias e instituições dfe um complexo de traços culturais materias e espirituais que se adaptam a um determinado meio e visam a manutenção de certos princípios considerados indispensáveis à existência de uma comunidade.