A partir do estudo da recuperação do centro de São Paulo, Beatriz Kara-José apresenta a complexidade das estratégias políticas urbano-culturais. Mostra como foi criada uma concepção mercadológica e empresarial de cultura e a analisa sob sua dimensão simbólica - um potente instrumento de controle para evidenciar a quem 'pertence' o espaço transformado. Enfoca ainda duas questões - o que acontece com a dimensão da cultura, como constituinte da esfera pública, ao ser instrumentalizada em projetos urbanos; e a forma de atuação do Estado em áreas ocupadas por população de baixa renda.