Tendo como operador cognitivo o texto As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, este livro, escrito no formato de um diário de bordo, vai desvendando pistas para uma arqueologia da compreensão, além de problematizar as interconexões entre comunicação e compreensão no atual processo de planetarização, a partir da assertiva de Edgar Morin de que a comunicação não garante a compreensão. Questiona: o que é vida? O que é conhecer? O que é comunicar? O que é compreender? Em seguida, realiza alguns ensaios que problematizam a ética, a ciência e a condição humana, sob inspiração do Parlamento das coisas, sugerido por Bruno Latour. Para tal aventura, são agenciadas também ideias de pensadores de diversas áreas do conhecimento; entre eles: Henri Atlan, Hans-Georg Gadamer, Isabelle Stengers, David Bohm, Claude Lévi-Strauss, Maria da Conceição de Almeida, Cremilda Medina, María Zambrano, Michel Serres, Boris Cyrulnik. Notícias veiculadas pelas mídias, depoimentos à autora, letras de música, registros literários e cinematográficos servem de pontos de apoio para a contextualização desta viagem. Assim, compreender é transgredir padrões, inclusive os da lógica dedutivo-identitária. Toda compreensão é uma viagem sem fim: chega a alguns portos, se reabastece e volta a partir.