A narrativa de 'Sem Destino' difere de tudo o que já se escreveu sobre o Holocausto. Imre Kertész nos toma pela mão e nos faz acompanhar os dias de um menino de quinze anos, o momento de sua deportação e viagem ao inferno de Auschwitz e Buchenwald. Caminhamos lado a lado, passo a passo com esse menino, da inocência ao desespero. Seguimos seu olhar, partilhamos seus pensamentos à medida que ele se transforma num espectro exaurido, vazio esfomeado que se arrasta em sapatos enlameados em meio à multidão de prisioneiros torturados não só pelo corpo despedaçado, mas pelo tédio infinito ante um futuro inexistente.