Esse livro propõe uma revisão das interpretações acerca das relações de poder entre Portugal e o Brasil vigentes no período colonial. A partir do estudo das redes de comércio que se estendiam desde o Reino e dos mecanismos de dominação informais que elas reproduziam, a autora procura se afastar das análises que salientam as contradições entre os interesses metropolitanos e coloniais. A análise da correspondência trocada entre o comerciante Francisco Pinheiro e seus agentes comerciais nas Minas permite a compreensão dos mecanismos de interiorização da metrópole. A linguagem presente nessas cartas invocavam conceitos chaves para a representação das ligações políticas, que encerravam os indivíduos em cadeias hierárquicas e tornavam a palavra instrumento de poder. Dessa análise emerge um quadro dinâmico, que revela que o comércio nas Minas era tão diversificado quanto os homens que o empreendiam