Ao que se diz, o tigre branco é um animal tão raro porque, na natureza, só nasce um a cada geração. Balram Halwai, narrador do romance de estreia do jornalista indiano Aravind Adiga, recebe esse apelido ainda criança, pois, por sua esperteza e inteligência, destoa dos outros meninos da escola que frequenta por apenas cinco anos. A sua própria história de vida é contada pelo Tigre Branco, num tom a um só tempo ingênuo, debochado e divertido, na longa carta endereçada a Wen Jiabao, primeiro-ministro da China, que, segundo os noticiários, iria à Índia com a missão de observar de perto o desenvolvimento empresarial desse país. No entanto, a carta de Balram vai muito, além disso. Nela, um narrador desbocado, nem de longe politicamente correto, sem qualquer pudor, mas muito envolvente, faz críticas mordazes às relações humanas, especialmente entre ricos e pobres, aos princípios morais e à organização da sociedade de seu país e do mundo contemporâneo. "Cruel e divertido... Impossível imaginar sátira mais ferina." - The Seattle Times