Está perfeitamente ao alcance de todos nós construir um mundo que resolva os seus assuntos para obter benefícios mútuos, e este livro visa demonstrar como podemos cumprir esse objectivo. A narrativa que se desenvolve nestas páginas toca a vida de cada qual, uma vez que ninguém tem futuro num mundo cada vez mais interdependente, a não ser que aprendamos a trabalhar em conjunto. É possível erradicar a pobreza global? Devíamos prescindir da ajuda externa? A ONU é uma organização supérflua? Porque devo preocupar-me e como posso ajudar? Se alguma vez o leitor se interrogou em voz alta sobre estas questões, este livro é o indicado para melhor reflectir. Os temas são vastos, e com a grande diversidade de contextos e culturas corre-se o perigo de se generalizar, nomeadamente quando há tantas experiências e trabalhos científicos a que podemos recorrer. A mensagem fundamental deste livro é simples: temos de traçar um novo caminho à escala global entre a intervenção opressiva e a permissividade absoluta, algo que confira às pessoas a oportunidade de resolver os seus problemas sem impor custos injustos a mais ninguém. Este caminho tem de ser definido democraticamente, para que todos possam manifestar a sua opinião sobre as soluções e o seu interesse nos resultados: caso contrário, o sistema não funciona. E, para isso, é necessário intervir noutros três domínios: o primeiro, é a necessidade de todos disporem de voz e segurança suficientes para participar na elaboração de alternativas; segundo, a necessidade de regular - e em última instância transformar - todos os sistemas de poder baseados na exclusão; terceiro, encontrar soluções que não dependam da acção de governos autoritários. O resultado é um quadro para a cooperação internacional radicalmente diferente, livre dos erros do passado MICHAEL EDWARDS é director da Governance and Civil Society, na The Ford Foundation em Nova Iorque, EUA a partir de1978, e durante dezoito anos trabalhou nos bairros degradados da América Latina, bem como para a Oxfam, Save the Children (Comité de Oxford contra a Fome) e outras organizações dispersas por vários continentes.