Neste livro, Antonia Aparecida Quintão discute, a partir de criterioso levantamento e análise histórica de documentos, o papel das irmandades religiosas negras no século XIX com espaço de solidariedade, resistência cultura, religiosa e de identidade racial, a despeito das tentativas da classe senhorial e das elites de controlá-las, conformando-as à estrutura da sociedade escravista. A análise sustenta-se na configuração de três seções nucleares: a constituição e organização das irmandades religiosas, o papel destas organizações ante a ingerência do catolicismo tradicional, bem como as mudanças provenientes da implantação do catolicismo ultramontano e a relação entre as irmandades negras e o movimento dos caifazes de Antonio Bento. Movimentando-se sobre esses pontos, Antonia Quintão disponibiliza ao leitor dados e informações importantes sobre as irmandades religiosas, destacando-as na constelação de organizações sociais do século XIX que imprimiram, direta ou indiretamente, novos rumos à história do negro brasileiro e, por extensão, à dinâmica social.