Os cronistas do futebol brasileiro costumam se dividir em dois times. De um lado, ficam os que se preocupam com os lances ocorridos no interior das quatro linhas. Do outro, estão aqueles observadores que querem revelar o fascínio do futebol, suas tabelinhas com a vida e o parentesco entre atletas e deuses. Daniel Piza tem o talento dos craques das duas equipes. Prova disso está nos textos reunidos neste livro perfis, reportagens, notas e crônicas, publicados entre 1997 e 2002 em diversos jornais do país. Passeando com a bola por esse período, ele constrói com lucidez um panorama da queda e ascensão do futebol e da Seleção brasileira vividas entre as Copas da França e Japão/Coréia. Alcança ainda o drama de Ronaldo, o fenômeno, que atravessava longa recuperação após seguidas lesões no joelho. Apesar de não ser um cronista esportivo no sentido estrito do termo, consigue iluminar aspectos do futebol que os cronistas de carteirinha dificilmente enxergam. No livro, explica passe a passe polêmicas eternas como o significado do drible, Pelé ou Maradona? e, é claro, ataque x retranca. Para essas e outras questões, Piza põe a bola no chão. E os pingos nos is.