'Um terno de pássaros ao sul', a segunda obra do jovem poeta gaúcho Fabrício Carpinejar, relata a procura das origens. Narra a trajetória de um homem resgatando o pai e retomando a ligação com a terra natal. Feito de um fôlego só, é um poema longo, sem pausas, uma oração emendada nas lembranças, como uma carta que nunca atinge o ponto final. 'Nossa coerência/ é estar mudando', avisa o poeta. Trata-se de um acerto de contas com o passado, o presente e o futuro, onde a região geográfica e imaginária do pampa participa como testemunha do embate verbal. O autor partilha a verdade sua verdade, reconhecendo o destino intransferível e pessoal que o mundo confiou a cada viajante. Tomado da responsabilidade de responder ao nascimento, Carpinejar converte o silêncio em voz e a voz em poesia.